Observando aqui e ali na vida real e virtual constatei que
tem muita gente querendo se dar bem a qualquer custo.
Antigamente tudo parecia mais velado. Hoje está escancarado.
No virtual é moda oferecer cursos milagrosos e imperdíveis com vários "bônus" inclusos. Os
promotores fazem a vez dos amigos preocupados, contam causos, agradecem o interesse e dão o bote. Promovem
aula gratuita e no final, depois da "degustação" e da "enrolação"
inicial, vem o grande final, o valor do
curso completo. Tipo um curso de oração por R$ 4.000,00 (mas é bem facilitado,
viu!). E, se você ainda não se deixar
levar, enchem a sua caixa postal com mensagens de que a "turma tem poucas
vagas", "não deixe para última hora", "você ainda tem
tempo"...
Técnicas mercadológicas já testadas e que tem apelo profundo
no psicológico do consumidor.
Sei que veiculam
desta forma e muita gente entra nessa porque existe a máxima de tirar vantagem
em tudo.
Quem nunca escutou: " Se for de graça até injeção na
testa".
Outro tipo de ataque ao consumidor e às empresas são os sites de vendas coletivas. Eles são ruins para que
vende e compra por eles. Só quem é beneficiado realmente é o intermediário
(site). O coitado do consumidor, achando que está "economizando" e
"tirando vantagem" é tratado como "Bobo da Corte".
Presenciei a saga de alguns clientes numa churrascaria em
Curitiba. O responsável pelo estabelecimento dividiu o salão para quem era da
compra coletiva e quem não era. Perguntava na entrada se tinha voucher ou não e
encaminhava para um lado ou outro.
A adivinhe quem foi bem atendido? Quem teve acesso à todas
as carnes?Eu não estava na compra coletiva mas também fiquei constrangida pelo
tratamento diferenciado dispensado. O almoço não caiu bem.
Outro dia numa clínica de estética foi comentado pela
própria esteticista que já havia aderido a venda de pacotes de serviços via
site de compra coletiva. Para meu, não mais espanto, disse que não atendia as
clientes no tempo adequado e com todos os produtos indicados, pois teria
prejuízo.
Gente!!! O que ocorre???
A imagem da empresa que dispõe o produto fica manchada, o
cliente fica insatisfeito e quem ganha, no volume, é o site (que não se
responsabiliza pelos serviços e produtos ofertados).
Aqui aonde trabalho já recebi várias propostas indecentes
para "divulgar" meus produtos. Inclusive de um vendedor honesto (Coitado
neste mundo vil, confiável mais sem chance como vendedor), que me orientou para
estipular um horário para atender os clientes com voucher, porque no ramo de
alimentação ele já viu pequenas empresas fecharem por não poder honrar todos os
compromissos por causa deste tipo de venda.
Claro que não fechei e busquei observar e me informar mais
sobre o assunto.
O mais engraçado é
observar que quando é feita uma promoção aonde todos os clientes assíduos e que
gastam uma média X podem ganhar. A primeira reação é: " Mas é verdade?
". Depois pedem, ainda incrédulos,
que seja confirmado que podem ganhar sem fazer artimanhas, sem
comprometer ou perder nada.
Engraçado, não! Curioso! Afinal já está tão acostumado com a
fórmula unilateral de levar vantagem, que quando se depara, não acredita na
bilateral aonde as duas pontas ganham. Perguntam se tem vantagem para a empresa.
Ora, são inúmeras. Entre os mais visíveis, a empresa estará
bonificando os clientes assíduos, promoverá seus produtos, terá o ganho da
propaganda boca á boca, ganhará em credibilidade, conquistará a simpatia e
promoverá empatia.
Aqui na empresa está em curso uma promoção bilateral. Está
indo muito bem.
Mas acho que deveria ter uma câmera fotografar as expressões
de espanto e incredulidade no início e o largo sorriso no final da explanação.
Sandra Lazzaris 26/10/2013